The foot of the letter
Marco Bianchi
O congraçamento dos polvos, fenômeno da migração d moluscos do Mar Ártico rumo às correntes atlânticas extratropicais, é uma rara oportunidade p/ q o troglodita contemporâneo exercite as diversas línguas q deturpa fluentemente.
Supunhetemos q d repentelhos um turista breaco tivesse uma atitude xixizenta em vossa calçada. Se o mijão fosse brasileiro ou português, bastaria se expressar em bom brasileiro e mandar o porcalhão dar banho em mosca ou repetir o gesto na casa da mamãe.
Em caso d um adepto do idioma argentino, a frase correspondente seria: Vá bañar la muesca, boludo! (Boludo é como se chama o amante do futebol argentino)
Em americano, a tradução correta seria: You wash a fly, mother fucker! Em inglês britânico, a mesma sugestão passaria p/ algo mais polido: Would you mind thinking about the possibility of maybe helping a mosquito with its bath, please?
Em alemão, bastaria berrar com erres bem rosnados: Fliege wird baden!
Em holandês, o pedido consistiria em algo em torno d: Zal vliegen baden!
Em países com poucos insetos, a sugestão poderia se adaptar e o banho viria a ser ministrado em lagartixas, porquinhos-da-índia ou lesmas d jardim. No último caso, a frase correta em italiano tornar-se-ia: Bagnerà la lumaca giardino, testa di catzo!
Concorda ou sem corda?!…
Basta ir ao pé-da-letra, Albertô… Digo… the foot of the letter, Albert.